Causa de morte de Sinead O'Connor 'não é considerada suspeita'
A cantora irlandesa Sinéad O'Connor, falecida aos 56 anos na última quarta-feira (26), foi encontrada "inconsciente" em uma casa em Londres, de acordo com a polícia britânica nesta quinta-feira (27), acrescentando que sua morte "não é considerada suspeita".
"A polícia recebeu uma ligação às 11h18 (07h18 no horário de Brasília) na quarta-feira, 26 de julho, para relatar uma mulher inconsciente em um endereço residencial na área SE24", um código postal do sudeste da capital britânica, informou a Scotland Yard.
"Uma mulher de 56 anos foi declarada morta no local (...) A morte não é considerada suspeita", acrescentou a polícia britânica sem especificar o seu nome, de acordo com o regulamento policial do Reino Unido.
A família da cantora havia anunciado sua morte um dia antes, na mídia irlandesa.
"Com grande tristeza anunciamos o falecimento da nossa querida Sinead. Sua família e amigos estão devastados e pedem privacidade neste momento difícil", indicou a família em um comunicado divulgado pelo canal público RTE.
O'Connor alcançou fama mundial em 1990 com a canção "Nothing Compares 2 U", escrita por Prince. Seus dois primeiros álbums, "The Lion and The Cobra" e "I Do Not Want What I Haven't Got" foram grandes sucessos comerciais.
A cantora, que em 2018 anunciou sua conversão ao Islã, gerou controvérsias com uma série de polêmicas.
A irlandesa nascida em Dublin disse que foi maltratada por sua mãe durante a infância e criticou energicamente a Igreja Católica, a qual acusava de não ter protegido as crianças vítimas de abusos sexuais por religiosos. Em 1992, rasgou um retrato do papa João Paulo II em uma televisão americana.
- "Talento inigualável" -
Nos últimos anos, a cantora apareceu nas redes sociais falando sobre seus problemas de saúde física e mental e até mesmo sobre pensamentos suicidas e o seu diagnóstico de transtorno de bipolaridade.
Em 2022, a irlandesa perdeu o filho Shane, de 17 anos, que tirou a própria vida. Dias após o ocorrido, foi internada depois de afirmar nas redes sociais que também estava considerando o suicídio.
No início de julho, ela publicou um vídeo em uma conta da rede social Twitter, agora renomeada como X, no qual afirmava a titularidade daquele perfil e falava sobre o luto após o suicídio do filho.
Líderes políticos, atletas e músicos fizeram homenagens à O'Connor nas redes sociais.
O presidente da Irlanda, Michael Higgins, elogiou seu "comprometimento corajoso com as questões importantes que ela trouxe à atenção do público, não importa o quão desconfortáveis essas verdades".
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, também se pronunciou.
"A música de O'Connor foi apreciada em todo o mundo e seu talento era inigualável e sem comparação", disse.
"O mundo perdeu um artista com voz de anjo", lamentou o lutador de MMA Conor McGregor.
(H.Duplantier--LPdF)