Manifestação na Austrália contra reforma sobre direitos da população autóctone
Centenas de pessoas protestaram em Sydney, na Austrália, contra uma reforma histórica sobre os direitos da população autóctone, um projeto que será objeto de referendo em 14 de outubro.
A multidão se reuniu no Hyde Park para denunciar esta reforma, conhecida como "A Voz", que quer modificar a Constituição australiana para dar aos nativos o direito de serem consultados sobre as políticas que lhes dizem respeito.
"Estou aqui porque acho que todos deveriam votar 'não'. Esta 'voz' causa tanta divisão em toda a Austrália, e não precisamos dela", disse a manifestante Faye Bevan à AFP.
Alguns deles carregavam cartazes que diziam: "Vote 'não' à voz da divisão" e "Não confio na voz, voto não".
Esta manifestação em Sydney não faz parte da principal campanha de oposição ao projeto. Está ligada ao ativista antivacina e pró-Putin Simeon Boikov, apelidado de "Cossaco Australiano".
O principal grupo em campanha contra a reforma, "Fair Australia", preferiu se distanciar desse protesto.
Mais de dois séculos após a colonização britânica, a população autóctone, que representa menos de 4% da população australiana, tem, estatisticamente, uma expectativa de vida mais baixa do que a de seus compatriotas, uma educação mais pobre e uma maior probabilidade de morrerem na prisão.
Apesar disso, as pesquisas mais recentes sobre esta reforma para lhes dar mais voz mostram que 60% dos australianos se opõem à mudança, contra 40% a seu favor. No ano passado, uma maioria aprovava o projeto.
Os críticos da proposta afirmam que ela daria privilégios aos nativos, além de aumentar a burocracia. Também criticam a falta de transparência na implementação do projeto.
(V.Blanchet--LPdF)