Acidente de caminhão com migrantes clandestinos deixa dez mortos no México
Um novo acidente de trânsito no estado mexicano de Chiapas (sul), o segundo em menos de uma semana, deixou, neste domingo (1), ao menos dez migrantes mortos, possivelmente todas mulheres de origem cubana que viajavam clandestinamente em um caminhão de carga rudimentar.
De acordo com um boletim do departamento de Segurança local, outros 25 estrangeiros ficaram feridos neste incidente ocorrido durante a madrugada em uma rota frequentemente usada por traficantes de pessoas que buscam levá-las até a fronteira com os Estados Unidos.
Os migrantes estavam a bordo de um caminhão de carga rudimentar, que tombou em um trecho que liga Pijijiapan a Tonalá, na região da costa do Pacífico de Chiapas.
Uma fonte do Ministério Público, que pediu para não ser identificada, informou à AFP que as vítimas aparentemente são de origem cubana, incluindo uma menor de idade. O caminhão, cuja carroceria era parcialmente construída com madeira, ficou destruído, com roupas, bolsas e mochilas espalhadas entre os ocupantes.
- Maior risco -
Devido ao reforço da segurança por parte do México para combater o tráfico de migrantes, milhares de pessoas de diferentes nacionalidades atravessam o país em ônibus, reboques, veículos precários ou trens de carga, mas enfrentam acidentes ou ataques de criminosos e, algumas vezes, das próprias autoridades.
Na quinta-feira, dois migrantes perderam a vida quando um caminhão capotou no município de Mezcalapa, enquanto tentavam chegar ao estado de Veracruz por uma via rápida que liga o estado a Chiapas.
No início de agosto, pelo menos 18 pessoas morreram e outras 23 ficaram feridas quando um ônibus com passageiros locais e migrantes de países como Índia, República Dominicana e do continente africano caiu em um precipício no estado de Nayarit, no noroeste do México.
Um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgado em 12 de setembro, revelou que a fronteira entre os Estados Unidos e o México foi a "rota terrestre de migração mais perigosa do mundo" em 2022, com 686 mortes ou desaparecimentos.
Além dos que viajam pelas estradas clandestinamente, milhares de migrantes permanecem na cidade de Tapachula, Chiapas, aguardando que as autoridades mexicanas lhes concedam permissões para atravessar o país.
Neste fim de semana, nos estados do norte de Chihuahua e Zacatecas, cerca de 3.000 migrantes ficaram bloqueados em áreas isoladas quando os trens de carga em que estavam pararam sem motivo aparente. Na semana passada, a maior operadora ferroviária suspendeu 30% de suas operações, sobrecarregada pelo fluxo de estrangeiros sem documentos.
O governo mexicano admitiu estar sobrecarregado pela quantidade de migrantes que cruzam seu território, a maioria venezuelanos, cubanos, haitianos e centro-americanos.
(V.Castillon--LPdF)