El Salvador mobiliza quatro mil militares e policiais em ação anti-gangues
Com fuzis, capacetes e coletes à prova de balas, cerca de 4.000 militares e policiais cercaram parte das cidades salvadorenhas de Apopa e Soyapango, nesta quarta-feira (11), para capturar membros de gangues, conforme determinação do presidente Nayib Bukele, que trava uma "guerra" contra essas facções.
"Desde esta madrugada, 3.500 soldados e 500 policiais estabeleceram 3 perímetros de segurança em: Popotlán e Valle Verde, em Apopa; e La Campanera, em Soyapango", afirmou o presidente na rede social X, antigo Twitter.
Apopa, cidade de 131.000 habitantes, localizada 13 km ao norte da capital, San Salvador, tem forte presença das gangues violentas Mara Salvatrucha e Barrio 18, assim como La Campanera, uma comunidade populosa de Soyapango, na periferia nordeste da capital, onde em dezembro já tinha sido implantada uma operação militar, que agora é reforçada.
O presidente afirmou que a operação, semelhante a outras realizadas nos últimos dois meses em outras cidades, faz parte da fase "Extracción" (Extração) do Plano de Controle Territorial, que está em execução desde 2019 e visa pôr membros das gangues violentas atrás das grades.
O ministro da Defesa salvadorenho, René Francis Merino, declarou que o cerco militar "responde a um apelo da população que indica que alguns membros das gangues estão tentando se reorganizar" na área.
"Não vamos parar até capturar o último terrorista (membro de gangue) que resta. Não permitiremos que pequenos remanescentes se reagrupem e tirem a paz que nos custou tanto", enfatizou Bukele.
Em resposta a um aumento da violência atribuído às gangues, que deixou 87 mortos em apenas um fim de semana, Bukele declarou, em março de 2022, uma "guerra" contra essas facções, amparado em um estado de exceção, criticado por várias organizações de direitos humanos.
A nova ofensiva contra as gangues ocorre justamente quando a Assembleia Legislativa (Congresso) deve aprovar nesta quarta-feira uma nova prorrogação do estado de exceção.
Em 18 meses, a medida, que permite prisões sem ordem judicial, levou à prisão de pouco mais de 73.000 supostos membros de gangues. Mais de 7.000 inocentes foram libertados.
(O.Agard--LPdF)