Juiz autoriza promotora que processou Trump a prosseguir no caso
Um juiz do estado da Geórgia decidiu, nesta sexta-feira (15), que a promotora que apresentou acusações de interferência eleitoral em 2020 contra o ex-presidente Donald Trump pode permanecer no caso, embora tenha exigido que seu principal assessor, com quem teve um relacionamento afetivo, se afastasse.
A decisão elimina um obstáculo importante para a realização do julgamento contra o ex-presidente e 14 corréus para o qual ainda não foi agendada uma data.
Alvo de quatro processos penais, o candidato republicano à Casa Branca busca, mediante vários recursos, ir a julgamento o mais tarde possível, preferencialmente depois da votação.
O juiz Scott McAfee concluiu que não havia provas suficientes de um "conflito de interesses" devido ao relacionamento íntimo de Fani Willis com um promotor investigador que contratou para o caso, no qual o ex-presidente republicano (2017-2021) está envolvido.
Mas afirmou que havia "uma aparência de comportamento inapropriado" e denunciou uma "enorme falta de julgamento" por parte da promotora distrital. O juiz decidiu que Willis podia permanecer no caso se o investigador Nathan Wade se retirasse do mesmo, o que ocorreu nesta sexta-feira.
De fato, Wade apresentou sua "demissão, com efeito imediato" em uma carta publicada horas depois da decisão, afirmando que agiu "no interesse da democracia, por lealdade ao povo americano e para fazer avançar a questão o mais rapidamente possível".
A promotora aceitou a renúncia "com efeito imediato", agradecendo a Wade por "sua coragem por ter aceitado esta demissão" apesar dos riscos que representava para ele e sua família, destacou em uma carta.
Trump se vangloriou, nesta sexta-feira, em sua rede, Truth Social, de que "Nathan Wade tenha renunciado vergonhosamente", e disse esperar que o procurador especial encarregado seus dois processos federais faça o mesmo.
"Usaremos todas as opções legais disponíveis enquanto continuamos lutando para pôr fim a este processo", disse anteriormente, em nota, o advogado do ex-presidente na Geórgia, Steve Sadow.
Quatro dos 19 acusados na Geórgia se declararam culpados de acusações menores e foram condenados a penas reduzidas, sem prisão.
Uma saída de Fani Willis teria atrasado consideravelmente a realização do julgamento.
Trump se declarou inocente de conspirar para reverter os resultados das eleições de 2020 na Geórgia, onde foi derrotado por Biden por uma margem de 12.000 votos.
A decisão do juiz McAfee ocorre no mesmo dia em que um magistrado do estado de Nova York anunciou o adiamento do início de outro processo previsto para 25 de março sobre pagamentos ocultos a uma atriz pornô durante a campanha eleitoral de 2016.
O candidato republicano, que desafiará o democrata Joe Biden nas eleições de novembro, já conseguiu adiar seu julgamento federal em Washington por tentar reverter ilegalmente os resultados das eleições de 2020, invocando imunidade como ex-presidente. O processo devia ter começado em 4 de março.
O Tribunal Supremo aceitou abordar a questão e fixar os detalhes para 25 de abril, antes de uma decisão prevista para junho ou julho.
(L.Chastain--LPdF)