Le Pays De France - Morre Isabelle Coutant-Peyre, advogada e companheira de 'Carlos, o Chacal', na França

Paris -
Morre Isabelle Coutant-Peyre, advogada e companheira de 'Carlos, o Chacal', na França
Morre Isabelle Coutant-Peyre, advogada e companheira de 'Carlos, o Chacal', na França / foto: © AFP

Morre Isabelle Coutant-Peyre, advogada e companheira de 'Carlos, o Chacal', na França

A advogada e companheira do venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos o Chacal", Isabelle Coutant-Peyre, morreu nesta sexta-feira (12) aos 70 anos, anunciou uma pessoa próxima da famosa criminalista.

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Coutant-Peyre morreu de câncer nesta sexta pela manhã, detalhou a fonte, confirmando uma informação da revista Marianne.

Em 45 anos de carreira, esta advogada defendeu o assassino em série Charles Sobhraj, conhecido como "A Serpente", o polemista Dieudonné e o escritor Gabriel Matzneff, acusado de pedofilia.

"Jovem de boa família", como ela se descrevia em um perfil feito pela AFP em 2011, Coutant-Peyre teve uma primeira vida, burguesa e ordenada.

Aos 21 anos, casou-se com Michel Peyre, um político de centro-direita, com quem teve três filhos. O casal se separou em 1993.

Quatro anos depois, conheceu, em um corredor da prisão parisiense de La Santé, Ilich Ramírez Sánchez, um episódio que conta de maneira romanceada em seu livro de 2004 dedicado ao "Chacal".

Em 25 de agosto de 2001, "pedimos a mão um ao outro [...] Ele recitou a Fatiha, a profissão de fé corânica, para marcar este compromisso solene", relata.

Na sua opinião, Carlos, a quem comparava com Nelson Mandela, "não [era] um criminoso", mas "um político", "um lutador pela liberdade, um revolucionário".

E, em setembro de 2021, ainda era sua advogada de defesa quando a Justiça francesa o condenou à sua terceira prisão perpétua por uma série de atentados nos anos 1970 e 1980.

Em março de 2004, durante um programa na rede pública France 2, citou os sentimentos "muito profundos" e a grande "cumplicidade intelectual" que a uniam a esta figura emblemática da luta armada pró-palestina na Europa.

Perguntada sobre os problemas para manter relações físicas com ele na prisão, ela respondeu com bom humor: "Tenho um marido absolutamente ideal que me deixa livre todas as noites".

(Y.Rousseau--LPdF)