MP do Equador investiga esposa do presidente por projeto imobiliário
O Ministério Público do Equador informou nesta quarta-feira (8) que está investigando uma empresa de propriedade da esposa do presidente, Daniel Noboa, por seus planos de construir um grande projeto imobiliário em uma área de proteção ambiental.
Noboa defende a inocência de Lavinia Valbonesi e acusa a oposição de querer atacá-los com vistas à campanha presidencial em 2025. "A decisão do Ministério Público [...] dará aos equatorianos a clareza que merecem", escreveu Noboa na rede social X.
"Esta e todas as investigações deste caso são bem-vindas", acrescentou. O MP investiga se há irregularidades na construção de casas por uma empresa de Valbonesi em um manguezal na praia turística de Olón (sudoeste), pequena cidade onde mora o mandatário equatoriano.
As obras afetariam um estuário do Pacífico declarado área protegida pelo Ministério do Meio Ambiente em 2001, segundo moradores que protestavam contra o projeto denominado "Echo Olón".
Na região existem mangues e vegetação que protege a população das cheias e que, de acordo com as denúncias, começou a ser cortada.
"Este governo não sofre desgaste com as tentativas de políticos óbvios de iniciar a campanha antecipadamente" para as eleições presidenciais de fevereiro, disse Noboa, que assumiu o poder em novembro, por um período de 18 meses.
O presidente expressou seu desejo de buscar a reeleição. "Enquanto tentam nos atacar, continuaremos nosso trabalho nas obras que realmente importam para os equatorianos", acrescentou.
O Ministério do Meio Ambiente concedeu autorização para o início das obras do projeto imobiliário duas semanas depois da posse de Noboa, que antes de se tornar presidente foi deputado da província costeira de Santa Elena, em cuja jurisdição está localizado o balneário de Olón.
A empresa responsável era de propriedade do presidente e os quatro edifícios de apartamentos serão construídos em terrenos que antes pertenciam a seu pai, o magnata da banana Álvaro Noboa, que perdeu cinco eleições presidenciais.
(C.Fournier--LPdF)