Furacão John, rebaixado para tempestade tropical, deixa dois mortos no México
Ao menos duas pessoas morreram no sul do México na passagem do furacão John, que depois de tocar o solo na segunda-feira à noite com uma força de categoria 3 foi rebaixado para tempestade tropical nesta terça-feira (24), informaram as autoridades.
"Registramos o falecimento de duas pessoas em um deslizamento de terra" na comunidade de Tlacoachistlahuaca, anunciou Evelyn Salgado, governadora do estado mexicano de Guerrero (sul).
As vítimas, segundo um relatório da proteção civil, são uma mulher e uma criança que viviam nesta comunidade de cerca de 5.000 habitantes e de difícil acesso por estar localizada em uma região montanhosa.
O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos informou que às 15h GMT (12h de Brasília) o fenômeno estava a cerca de 110 quilômetros do porto de Acapulco, com ventos sustentados de 65 km/h.
"Foi um fenômeno forte, com muitas chuvas", disse o presidente Andrés Manuel López Obrador.
John tocou o solo perto de Marquelia, Guerrero, uma região pouco habitada, e depois avançou por uma área montanhosa.
“Espera-se um enfraquecimento lento nos próximos dois dias”, de acordo com o boletim meteorológico.
- Chuvas e estradas bloqueadas -
As cidades costeiras de Guerrero foram afetadas por fortes chuvas, estradas bloqueadas, cortes de energia elétrica e a suspensão de aulas e atividades, acrescentou Salgado.
Este distrito do sul do México e o estado vizinho de Oaxaca foram os mais afetados pela passagem de John, que pouco antes de atingir a costa atingiu a categoria 3 na escala Saffir-Simpson (que vai até 5).
Em Oaxaca, foram reportadas quedas de árvores em vários municípios da costa e estradas danificadas. Os aeroportos dos balneários de Huatulco e Puerto Escondido suspenderam operações.
Em ambos os estados, milhares de funcionários, entre militares e pessoal de emergência, foram mobilizados. Além disso, cerca de 300 abrigos foram ativados para acolher moradores de áreas de alto risco.
A governadora detalhou que as equipes estão trabalhando principalmente para liberar as estradas e levar alimentos e água às comunidades afetadas, a maioria delas em situação de pobreza.
Em outubro do ano passado, o furacão Otis, de categoria 5, deixou um rastro de destruição e várias dezenas de mortos após devastar Acapulco.
Otis se intensificou rapidamente em poucas horas, passando de tempestade tropical a ciclone da categoria mais alta, o que surpreendeu as autoridades e especialistas em meteorologia.
No mês de julho, o Caribe mexicano foi afetado pela passagem do furacão Beryl, que forçou a evacuação de centenas de turistas e causou pelo menos 18 mortes em ilhas caribenhas, na Venezuela e nos Estados Unidos.
As autoridades mexicanas também estão atentas a um sistema em formação no Caribe que, segundo o NHC, pode se tornar um furacão na quarta-feira, em frente às costas do estado de Quintana Roo, onde estão localizados os balneários de Cancún, Riviera Maya e Tulum.
Devido à sua localização geográfica, o México sofre anualmente os impactos de ciclones, tanto na costa do Pacífico quanto na do Atlântico, normalmente entre maio e novembro.
(C.Fontaine--LPdF)