Reta final entre Kamala e Trump, empatados nas pesquisas
Missão: desempatar as pesquisas a duas semanas das eleições. Nesta segunda-feira (21), Kamala Harris corteja os republicanos moderados no "cinturão da ferrugem" ("rust belt", em inglês) e Donald Trump, os indecisos em áreas devastadas pelo furacão Helene na Carolina do Norte.
A vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca passará por Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, no leste do país, acompanhada pela ex-congressista republicana Liz Cheney, filha do ex-vice-presidente Dick Cheney (2001-2009) e adversária ferrenha de Trump.
Nestas eleições "temos a oportunidade de dizer" que "vamos rejeitar a crueldade", "a crítica vil e odiosa" e "a misoginia que vimos em Donald Trump e JD Vance", seu companheiro de chapa, afirmou Cheney em um ato eleitoral na Pensilvânia.
O campo democrata elevou o tom das críticas contra o ex-presidente e candidato republicano, a quem acusa de comportamento errático.
No último fim de semana, o bilionário deixou muitas pessoas boquiabertas com seus comentários grosseiros, como quando mencionou o órgão sexual "incrível" do finado golfista Arnold Palmer e chamou Kamala Harris de "vice-presidente de merda".
Depois de tentar seduzir os trabalhadores no sábado e fritar batatas em um McDonald's no domingo, o magnata de 78 anos seguiu nesta segunda-feira para a Carolina do Norte.
Neste estado devastado pela passagem do furacão Helene, Trump repetiu teorias conspiratórias que acusam o governo do presidente Joe Biden e a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) de redirecionarem os fundos para desastres para trazer migrantes ilegais e impulsionar os votos nos democratas.
"Acredito que é uma vergonha o que aconteceu com a Fema, o que aconteceu com seu esforço de resgate. Seu esforço de resgate foi quase inexistente", disse Trump, ao lado de autoridades locais que não o contradisseram.
- 'Uma ameaça' -
Ele voltou a atacar Kamala Harris. "Não acho que ela esteja qualificada para concorrer. Acredito que é uma ameaça para nossa democracia", afirmou.
E Kamala não deixou barato: "É um homem pouco sério, mas as consequências caso ele se torne presidente dos Estados Unidos são brutalmente sérias. Há coisas que ele diz que serão objeto de programas de comédia, risos e piadas, mas as palavras têm significado", disse ela na Pensilvânia.
Segundo dados publicados nesta segunda, a equipe de campanha de Kamala gastou 270 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão) em setembro, contra US$ 78 milhões de Trump (R$ 445 milhões).
A vice-presidente, que fez 60 anos no domingo, arrecadou mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) desde que entrou em campanha em julho, após a desistência do presidente Biden, algo nunca visto para um trimestre, segundo o New York Times.
Contudo, ao se olhar as pesquisas, esta vantagem financeira não se traduz em capital eleitoral.
As últimas pesquisas para as eleições presidenciais nos sete estados-pêndulo -- Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Carolina do Norte, Arizona, Nevada e Geórgia -- publicadas nesta segunda-feira pelo New York Times continuam indicando uma disputa ombro a ombro entre os dois adversários.
O mesmo resultado de outro levantamento realizado pelo Washington Post: 47% têm intenção de votar em Kamala e 47%, em Trump.
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(L.Garnier--LPdF)