Príncipe Harry persiste em sua campanha contra os tabloides britânicos
O príncipe Harry, que lançou uma guerra contra os tabloides britânicos, retoma a sua campanha, desta vez com um documentário televisivo transmitido nesta quinta-feira (25), no qual lamenta a falta de apoio do resto da família real.
Nos últimos anos, o filho do rei Charles III moveu diversas ações judiciais contra veículos de comunicação que acusa, juntamente com outras personalidades, de obter informações de forma ilegal.
Além disso, o duque de Sussex acusa estes veículos de terem maltratado a sua esposa Meghan Markle, o que contribuiu para a saída do casal do país em 2020, agora radicado na Califórnia. Ele também os considera culpados pela morte de sua mãe, a princesa Diana, em um acidente de carro em 1997, em Paris, quando foi perseguida por paparazzi.
Determinado a responsabilizar esses veículos, Harry obteve em dezembro a condenação da MGN, editora do Daily Mirror, por ter hackeado suas mensagens e as de pessoas próximas a ele. Chamou essa decisão de "vitória monumental", de acordo com trechos de um documentário da ITV intitulado "Tabloids on Trial".
"Ter o juiz decidindo a nosso favor foi obviamente muito importante", disse Harry. "Mas para ele ir tão longe quanto foi... isso não foi apenas (culpa de) pessoas individuais. Isso chegou até o topo. Eram advogados, eram altos executivos", acrescentou o príncipe, que fez uma aparição surpresa no tribunal para depor no caso.
Após o processo, ele recebeu mais de 100 mil libras em danos e juros (cerca de 722 mil reais na cotação atual), antes de concluir um acordo financeiro encerrando suas denúncias contra a MGN.
Harry também tentou ações semelhantes contra a NGN, editora do The Sun, que pertence à família do magnata Rupert Murdoch, que nega as acusações. O processo será no próximo ano.
O trágico destino da sua mãe, perseguida incessantemente pelos tabloides, continua sendo decisivo nesta batalha.
"Ela não está mais aqui para saber a verdade", lamenta Harry no documentário.
- "Bem comum" -
Desde que saiu do Reino Unido com a esposa Meghan Markle, o príncipe manteve uma relação fria com o resto da família real, especialmente com o irmão William.
As tensões entre os dois filhos do rei foram agravadas por um documentário produzido por Harry e Meghan na Netflix no final de 2022, e pelo lançamento em janeiro de 2023 das memórias de Harry, nas quais critica muito William e sua esposa Catherine.
Mas para o duque de Sussex, as suas ações na justiça contra os tabloides desempenham um papel importante nessas tensões, já que a monarquia se apega ao mantra "never complain, never explain" ("nunca reclame, nunca explique", em tradução livre), em benefício da cobertura geralmente positiva das suas atividades na imprensa.
Nesta entrevista à ITV, ele lamenta que o resto da família real não tenha se comprometido com a sua luta: "Teria sido bom fazer isso em família".
"Acho que do ponto de vista da missão de serviço e quando se desempenha um papel público, são coisas que devemos fazer pelo bem comum", insistiu Harry. "Para mim, a missão continua".
(Y.Rousseau--LPdF)