Cinebiografia polêmica de Trump chegará aos cinemas nos EUA antes das eleições
Uma controversa cinebiografia de Donald Trump, que retrata o ex-presidente americano estuprando sua esposa e que gerou ameaças legais de seus advogados, estreará nos cinemas dos Estados Unidos em outubro, indicou nesta sexta-feira (30) o Hollywood Reporter.
O pequeno estúdio independente Briarcliff Entertainment planeja lançar "O Aprendiz" menos de um mês antes de o ex-presidente republicano e a vice-presidente democrata Kamala Harris se enfrentarem na disputada eleição presidencial do país, de acordo com o veículo especializado.
Contactados pela AFP, representantes do Briarcliff não responderam imediatamente.
Esse filme explosivo sobre a juventude de Trump, interpretado por Sebastian Stan ("Capitão América: O Soldado Invernal"), causou grande impacto no Festival de Cinema de Cannes em maio.
Na cena mais comentada, Trump estupra sua primeira esposa, Ivana, depois que ela o ridiculariza por estar ficando gordo e careca. Na vida real, Ivana o acusou de abuso sexual durante o processo de divórcio, mas depois voltou atrás. Ela morreu em 2022.
O filme também mostra Trump sofrendo de disfunção erétil e passando por um procedimento de lipoaspiração e cirurgia para a queda de cabelo.
Poucas horas após a exibição de "O Aprendiz", em maio, os advogados de Trump prometeram processar os produtores e chamaram o filme de "lixo" e "pura difamação maliciosa".
Além disso, complicando ainda mais a situação da cinebiografia, um de seus primeiros financiadores foi o bilionário pró-Trump Dan Snyder, que, segundo relatos, ficou descontente com a representação do republicano e tentou bloquear o filme.
De acordo com o Hollywood Reporter, Snyder vendeu sua participação financeira na produção. O lançamento nos cinemas dos Estados Unidos está previsto para 11 de outubro, segundo o Los Angeles Times.
A atuação de Stan como o jovem magnata do setor imobiliário nova-iorquino recebeu críticas amplamente positivas em Cannes.
O roteiro do filme foi escrito por Gabriel Sherman, um jornalista que cobria o setor imobiliário para o New York Observer e que conversava regularmente com Trump.
Longe de ser um simples ataque, o longa retrata Trump como um alpinista social ambicioso, mas ingênuo, que tenta desesperadamente navegar pelo mundo competitivo dos negócios imobiliários e da política de Manhattan.
No entanto, a decência de Trump é gradualmente corroída à medida que ele aprende as artimanhas dos negócios e do poder com seu mentor Roy Cohn, vivido por Jeremy Strong ("Succession").
O diretor do filme, Ali Abbasi, disse à AFP que incluiu a cena de estupro para mostrar como Trump se distanciou das "relações humanas que o definem e que o mantêm em cheque como ser humano".
Stan acrescentou que o comportamento do jovem Trump "é muito mais relacionável do que gostaríamos de admitir".
A Briarcliff Entertainment foi fundada em 2018 por Tom Ortenberg, que anteriormente ajudou a conduzir campanhas de Oscar para os vencedores de melhor filme "Spotlight" e "Crash". Espera-se que ele promova "O Aprendiz" na próxima temporada de premiações de Hollywood.
(A.Laurent--LPdF)