Le Pays De France - EUA: julgamento revela manobras financeiras de cofundador da FTX

Paris -
EUA: julgamento revela manobras financeiras de cofundador da FTX
EUA: julgamento revela manobras financeiras de cofundador da FTX / foto: © AFP/Arquivos

EUA: julgamento revela manobras financeiras de cofundador da FTX

Linhas de crédito secretas, prejuízos ocultados e contas falsas: manobras financeiras do outrora rei das criptomoedas Sam Bankman-Fried foram reveladas nesta sexta-feira (06) em seu julgamento por fraude, por seu ex-sócio na plataforma FTX.

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Zixiao "Gary" Wang, diretor técnico da empresa quando ela quebrou, em novembro de 2022, declarou-se culpado de quatro acusações e aceitou cooperar com o promotor federal de Manhattan.

Wang é a primeira testemunha importante a depor no julgamento contra o ex-sócio, que teve início na última terça-feira, em Nova York, e pode durar seis semanas.

Bankman-Fried, conhecido na indústria pela sigla SBF, é acusado de desviar fundos de clientes da plataforma de criptomoedas FTX para investimentos de risco do fundo Alameda Research, controlado por ele, e para a compra de imóveis nas Bahamas.

Wang descreveu hoje um personagem que estava disposto a infringir a lei e mentir para permitir que a FTX e o Alameda registrassem lucro e um crescimento sustentado. Em 2019, meses após a criação da FTX, SBF mudou o software operacional, para permitir que o Alameda pegasse empréstimos na plataforma.

A mudança não foi comunicada ao público em geral, nem aos clientes ou investidores, disse Wang, cuja sentença, que ainda não foi anunciada, deve diminuir devido à sua cooperação com a promotoria.

"Os clientes não nos deram autorização para usar o dinheiro com outros fins", ressaltou Wang, cuja fortuna, estimada em US$ 4,6 bilhões (R$ 24 bilhões) antes do colapso da FTX, disparou, assim como a de SBF.

No momento da quebra da FTX, faltavam cerca de US$ 8 bilhões (R$ 41 bilhões) pertencentes aos clientes da plataforma, emprestados aos Alameda, que não conseguiu reembolsá-los.

Sam Bankman-Fried depositou essa dívida em uma conta falsa, criada em nome de uma pessoa fictícia, informou Wang, acrescentando que, em diversas ocasiões, SBF solicitou que os prejuízos dos clientes, cujo valor superava seus ativos, fossem absorvidos pelo Alameda, a fim de esconder essas transações do público em geral e não manchar a imagem da FTX.

(C.Fontaine--LPdF)