EUA expõe à China sua preocupação com excedentes de produção
Altos funcionários econômicos dos Estados Unidos e da China concluíram uma reunião de dois dias nesta terça-feira (6), em Pequim, na qual trocaram visões sobre suas perspectivas internas e discutiram sobre algumas preocupações como os excedentes da produção industrial.
Na última reunião do grupo de trabalho econômico bilateral, criado depois de a Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, visitar Pequim no ano passado, os funcionários debateram sobre as perspectivas macroeconômicas de ambas as nações, apontaram o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e o Ministério de Finanças da China em declarações separadas.
As duas partes também abordaram a cooperação em assuntos como os problemas da dívida das economias de baixa renda e marcaram uma nova reunião para abril, acrescentou o Tesouro.
As negociações bilaterais ocorrem em meio às preocupações americanas sobre o crescimento da China, no momento em que a segunda maior economia do mundo enfrenta uma crise no setor imobiliário e perspectivas de uma queda da produtividade.
Segundo o Tesouro, "os funcionários americanos também abordaram com franqueza questões preocupantes, incluindo as práticas de política industrial da China e o excesso de sua capacidade, assim como o impacto resultante sobre os trabalhadores e as empresas americanas".
Como o governo chinês pressiona para impulsionar seus novos motores de crescimento - denominados os "Novos Três" setores, incluindo os veículos elétricos e as baterias -, houve preocupação de que essas áreas industriais pudessem produzir em capacidade excessiva.
De acordo com um pesquisa de empresas realizada pela Câmara de Comércio Americano na China e publicada este mês, o excesso de produção industrial começa a ser uma preocupação para certos setores.
O grupo econômico, ao lado do grupo de trabalho financeiro, se reuniu pela primeira vez em outubro. Um segundo encontro ocorreu pouco antes da cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em San Francisco, nos Estados Unidos, em novembro.
(A.Laurent--LPdF)