Le Pays De France - Governo conservador britânico anuncia redução de impostos em ano de eleições

Paris -
Governo conservador britânico anuncia redução de impostos em ano de eleições
Governo conservador britânico anuncia redução de impostos em ano de eleições / foto: © AFP

Governo conservador britânico anuncia redução de impostos em ano de eleições

O governo conservador britânico anunciou nesta quarta-feira (6), no Parlamento, uma redução de impostos - uma tentativa de ganhar eleitores para as próximas eleições, nas quais seria derrotado pelos trabalhistas, segundo as pesquisas.

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Em uma atualização do orçamento, que geralmente ocorre duas vezes por ano, o ministro da Economia, Jeremy Hunt, enumerou na Câmara dos Comuns uma série de medidas, entre elas uma redução de dois pontos percentuais nos impostos dos trabalhadores.

Os impostos para a segurança nacional (National Insurance) foram reduzidos no último orçamento, no final de 2023, pelos conservadores. Dessa vez, os trabalhadores britânicos poderão contribuir com 8% de seus salários, em vez de 10%, economizando em média 450 libras (R$ 2,8 mil) por ano.

"Agradecemos aos avanços que estamos fazendo em relação às prioridades econômicas do primeiro-ministro, e agora podemos ajudar as famílias não apenas com ajuda temporária no custo de vida, mas também com reduções permanentes de impostos", explicou o ministro da Economia.

- Crescimento econômico -

Hunt também anunciou que o crescimento econômico britânico será de 0,8% este ano, um pouco acima do esperado, e continuará sua evolução em 2025.

O órgão de previsão do orçamento público (OBR, sigla para Office for Budget Responsability), utilizado pelo governo para suas projeções, "espera que a economia cresça 0,8% este ano e 1,9% no próximo", anunciou o ministro aos deputados britânicos.

A estimativa anterior do OBR, publicada em novembro, era de um crescimento de 0,7% neste ano e 1,4% no próximo.

Entre as medidas anunciadas por Hunt, inclui-se a extensão por um ano da redução das taxas de combustíveis, além de congelar por seis meses as taxas sobre bebidas alcoólicas.

Todo o pacote de medidas de redução de impostos, muito esperado no Reino Unido, custará 13,9 bilhões de libras (R$ 87,3 bilhões) aos cofres públicos.

Com o objetivo de buscar fundos para equilibrar essas perdas nos cofres oficiais, Hunt anunciou que estenderá por mais um ano, até 2029, uma taxa excepcional de 35% sobre os lucros dos produtores de petróleo e gás, introduzida em 2022, em meio a um aumento nos preços da energia devido à ofensiva russa na Ucrânia.

O pacote de medidas chegou após a inflação se manter em 4% em janeiro, apesar de uma queda significativa após atingir seu pico mais alto, de 11%, no final de 2022.

No entanto, esse percentual ainda é o dobro da meta estabelecida pelo Banco da Inglaterra (BoE), e, além disso, o Reino Unido entrou em recessão no final de 2023.

- Truques eleitorais -

Essas medidas econômicas fazem parte de uma tentativa desesperada dos conservadores, que estão no poder há 14 anos, de mudar a intenção de voto para as eleições legislativas programadas para este ano - sem data específica.

De acordo com as últimas pesquisas de janeiro, o líder trabalhista, Keir Starmer, teria uma vantagem de treze a quinze pontos caso as eleições fossem realizadas agora, em relação ao seu rival Rishi Sunak, atual primeiro-ministro conservador.

No Parlamento, em resposta às medidas anunciadas por Hunt, Starmer as descreveu como "a última tentativa desesperada de retomar o controle da economia por parte de um partido que falhou", pedindo ao primeiro-ministro que marque as eleições para 2 de maio.

A redução de impostos e a implementação do projeto de expulsar imigrantes irregulares para Ruanda são estratégias sobre as quais os conservadores depositam suas esperanças para reverter a tendência de intenção de voto.

O primeiro-ministro conservador fez deste polêmico plano, contestado em diferentes ocasiões pela Justiça, um pilar de sua política de combate à imigração irregular e espera poder implementá-lo antes das eleições para conquistar mais votos em relação a Starmer.

(Y.Rousseau--LPdF)