Le Pays De France - Ucrânia raciona eletricidade após bombardeio russo 'maciço'

Paris -
Ucrânia raciona eletricidade após bombardeio russo 'maciço'
Ucrânia raciona eletricidade após bombardeio russo 'maciço' / foto: © AFP

Ucrânia raciona eletricidade após bombardeio russo 'maciço'

A Ucrânia impôs nesta quarta-feira (8) restrições ao fornecimento elétrico e advertiu para possíveis apagões após um "ataque maciço" russo com mísseis e drones contra infraestruturas energéticas, que segundo as autoridades deixou ao menos um morto.

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Há meses, a Rússia bombardeia a rede energética da Ucrânia e já causou danos materiais importantes e cortes de fornecimento.

"Quase 60 mísseis e mais de 20 drones +Shahed+ apontaram para infraestruturas civis vitais. Nem ao menos um alvo militar", denunciou o presidente Volodimir Zelensky, qualificando o ataque de "deliberado, calculado e rasteiro".

Os ataques visaram instalações de produção e transmissão de energia elétrica nas regiões de Poltava (leste), Kirovogrado (centro), Zaporizhzhia (sul), Lviv, Ivano-Frankivsk e Vinnytsia (oeste), acrescentou.

"O inimigo não desiste de seus planos de privar os ucranianos de energia elétrica. Um novo ataque em grande escala contra a nossa indústria energética!", escreveu o ministro da Energia, German Galushchenko, no Telegram.

A empresa nacional de energia elétrica, Ukrenergo, emitiu um alerta para possíveis cortes do serviço a indústrias e comércios entre às 18h e 23h locais em consequência do ataque.

"As restrições serão aplicadas igualmente em todas as regiões", detalhou e pediu aos ucranianos que façam uso moderado da energia elétrica para enfrentar uma situação "particularmente difícil".

A Ukrenergo destacou que este é o quinto ataque "maciço" contra a rede de energia ucraniana desde 22 de março.

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou em um comunicado que efetuou um "ataque coletivo" em resposta à "tentativa do regime de Kiev de danificar as instalações de energia russas".

O grupo DTEK, maior investidor privado no setor energético da Ucrânia, afirmou que três centrais termelétricas foram "gravemente danificadas".

O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmygal, anunciou a criação de um novo grupo de trabalho governamental para "coordenar as ações para superar as consequências do terror energético russo", já pensando no próximo inverno (hemisfério norte, verão no Brasil).

- Avanços russos no front -

Os ataques noturnos mataram uma mulher de 65 anos na região de Kherson, segundo as autoridades regionais. Nove pessoas ficaram feridas em diferentes pontos do país, entre elas, um menino de oito anos na zona de Kirovogrado.

Em pleno dia, outro ataque russo atingiu as instalações esportivas de uma escola em Kharkov, deixando sete feridos, entre eles quatro crianças.

A Rússia anunciou nesta quarta-feira que suas tropas capturaram duas localidades na frente de batalha na Ucrânia, uma delas na região de Kharkiv (nordeste), de onde foram obrigadas a recuar em 2022.

Unidades do Exército russo "libertaram a localidade de Kislivka, na região de Kharkiv, e Novokalinove, na região leste de Donetsk, informou o Ministério da Defesa.

As forças russas continuam avançando, aproveitando o desgaste das tropas ucranianas, o menor número de soldados e a escassez de munições após o atraso no envio de ajuda militar do Ocidente.

Diante da desvantagem, o Parlamento ucraniano aprovou um projeto de lei que permitirá o recrutamento de prisioneiros pelo Exército em troca de anistia.

Desde o início da guerra, a Rússia mobilizou dezenas de milhares de seus prisioneiros, uma decisão que até agora Kiev criticava.

A medida ucraniana incluirá apenas os presos que se voluntariarem, os que restem menos de três anos de condenação e não será aplicável às condenações por crimes graves como assassinato, violência sexual e ataques à segurança nacional.

Os países da União Europeia alcançaram um acordo "de princípio" para destinar à Ucrânia os rendimentos de ativos russos congelados devido à invasão.

"Esse dinheiro servirá para apoiar a recuperação e a defesa militar da Ucrânia", afirmou no X a delegação de Bélgica, que ocupa a presidência da UE.

(N.Lambert--LPdF)