Aké se torna pilar de uma Holanda que brilha na defesa
Um dos destaques do Manchester City que conquistou a Liga dos Campeões no último fim de semana, o zagueiro Nathan Aké se tornou um pilar do forte setor defensivo da seleção da Holanda, que recebe a Croácia em Roterdã nesta quarta-feira (14), pela semifinal da Liga das Nações da Uefa.
A mudança de estilo da 'Laranja Mecânica', que tradicionalmente joga sempre em busca do ataque, se deve à grande safra de defensores holandeses: Virgil van Dijk, segundo lugar no prêmio Bola de Ouro em 2019 e principal zagueiro do Liverpool, Matthijs De Ligt, destaque do Bayern de Munique, mas que está fora do torneio por lesão, e Aké, que na seleção atua pelo lado esquerdo.
Denzel Dumfries, da Inter de Milão, vice-campeã da Champions, completa o quarteto defensivo na lateral-direita.
O técnico da equipe, Ronald Koeman, segue a linha do "futebol total" holandês com o esquema 4-3-3, que seu antecessor, Louis van Gaal, tinha deixado de lado para adotar o 3-5-2 na Copa do Mundo de 2022, o que gerou debates no país.
Para alguns, Aké pode ganhar protagonismo depois da excelente temporada no City, enquanto Van Dijk não vive bom momento com os 'Reds'.
- "Temporada perfeita" -
Para o treinador dos 'Citizens', Pep Guardiola, Aké foi "fundamental" na conquista da tríplice coroa (Campeonato Inglês, Copa da Inglaterra e Liga dos Campeões) do time de Manchester.
O holandês foi titular absoluto desde a volta da Copa do Mundo, exceto em maio, quando perdeu cinco jogos por lesão, entre eles as semifinais da Champions contra o Real Madrid.
Na final europeia, ele conseguiu parar os atacantes da Inter Edin Dzeko e Romelu Lukaku.
"Na Liga dos Campeões, nesse nível, uma ação pode ser suficiente para sermos derrotados", lembra Guardiola, "e Nathan nos deu esse 'plus' que não tínhamos antes".
"Tanto para o clube, como para mim, podemos dizer que foi uma temporada perfeita. Apesar de alguns problemas físicos, fiz a melhor temporada da minha carreira', ressaltou o jogador.
Apesar da derrota por 4 a 0 para a França em março, Aké (36 jogos e cinco gols) se tornou um líder da equipe aos 28 anos.
No jogo seguinte, contra Gibraltar, fez um dos gols da vitória por 3 a 0.
- "Inteligência" -
"Sempre soube que Nathan se tornaria um grande jogador", disse ao jornal Algemeen Daglad seu treinador nas categorias de base do ADO Den Haag, Michael Krul. "Ele sempre viveu por e para o futebol".
"Tem uma inteligência que se encaixa perfeitamente com o que Guardiola quer", acrescenta Krul, ressaltando que Aké "é muito polivalente e pode ocupar o meio ou o lado esquerdo da defesa".
O jogador poderia ter optado por defender a seleção da Costa do Marfim, algo que teria agradado seu pai, Moïse, que faleceu poucos minutos depois do primeiro gol do filho na Liga dos Campeões, na vitória do Manchester City sobre o RB Leipzig por 6 a 3 na temporada 2021/2022.
"Alguns minutos depois, ele se foi em paz, com minha mãe e meu irmão ao seu lado", escreveu Aké em sua conta no Instagram, dedicando o gol ao seu pai.
Mas o capitão das seleções Sub-17, campeã europeia e 2011 e 2012, e Sub-19 da Holanda não hesitou em recusar a oferta da Federação Marfinense de Futebol.
Depois de chegar ao Chelsea com 16 anos, Aké levou um tempo para se firmar. Foi emprestado a Reading, Watford e Bournemouth, onde ficou por três anos (2017-2020).
Depois da tríplice coroa com o Manchester City, a Liga das Nações pela seleção da Holanda seria a cereja do bolo para a temporada de Aké.
(R.Dupont--LPdF)