'Me senti vulnerável e vítima de uma agressão', diz Jenni Hermoso
A jogadora da seleção espanhola Jenni Hermoso disse, nesta sexta-feira (25), ter se sentido "vítima de uma agressão" com o beijo forçado do presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, no último domingo.
"Me senti vulnerável e vítima de uma agressão, um ato impulsivo, machista, fora de lugar e sem nenhum tipo de consentimento da minha parte", afirmou Hermoso em um comunicado em suas redes sociais.
Minutos minutos depois de publicar um comunicado conjunto com suas companheiras da seleção por meio do sindicato Futpro, Hermoso recorreu a suas próprias redes sociais para reiterar que o beijo de Rubiales não foi consentido.
"Simplesmente não fui respeitada", afirmou a jogadora espanhola, depois de Rubiales ter se recusado, nesta sexta-feira, a renunciar devido ao fato ocorrido na final do Mundial e de ter garantido que o beijo foi "espontâneo, mútuo, eufórico e consensual".
O presidente da federação surpreendeu no domingo, durante a cerimônia de entrega de medalhas da Copa do Mundo, ao segurar a cabeça da jogadora e beijá-la na boca, depois da vitória da Espanha na final contra a Inglaterra por 1 a 0.
Hermoso afirmou em seu novo comunicado que recebeu um pedido para que "fizesse uma declaração conjunta para diminuir a pressão sobre o presidente", mas que queria apenas desfrutar do título e que "não faria nenhum tipo de declaração individual ou conjunta sobre esse assunto" para não manchar o feito da 'Roja'.
A jogadora garante que tanto ela quanto seus familiares vêm sendo pressionados "para dar um depoimento que pouco ou nada tem a ver com os meus sentimentos".
A jogadora do Pachuca insiste que, como campeãs mundiais, "não merecemos uma cultura tão manipuladora, hostil e controladora".
"Por tudo isso, quero reforçar a posição que assumi desde o início, considerando que não tenho que apoiar quem cometeu esta ação contra a minha vontade, sem me respeitar, num momento histórico para mim e para o esporte feminino neste país", acrescentou.
Assim como no comunicado conjunto com as companheiras, Hermoso reitera que tomou "a decisão de não voltar a jogar pela seleção nacional enquanto os atuais dirigentes continuarem" em seus cargos.
(A.Renaud--LPdF)