EUA diz que toma 'muito cuidado' com informações do Kremlin sobre ataque de drones ucranianos
Os Estados Unidos disseram nesta quarta-feira (3) que receberam com extrema cautela as declarações da Rússia, que alegou ter derrubado dois drones ucranianos que tinham como alvo o Kremlin, em Moscou.
"Vi a informação. Não posso validá-la, não sabemos", disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, em evento em Washington. "Eu tomaria muito cuidado com qualquer coisa vinda do Kremlin", acrescentou.
A Rússia contou que dois drones atacaram a residência do presidente Vladimir Putin no Kremlin durante a noite. O incidente foi descrito como um "ataque terrorista" ucraniano antes do feriado de 9 de maio, data em que a Rússia celebra a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Kiev negou a acusação, sugerindo que o ataque foi "organizado" por Moscou. "A Ucrânia não tem nada a ver com os ataques de drones contra o Kremlin", disse o porta-voz presidencial, Mikhaylo Podolyak.
No evento desta quarta-feira, organizado pelo The Washington Post para marcar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, Blinken também abordou o recente vazamento de documentos ultrassecretos dos EUA.
Esses documentos mostram as preocupações das autoridades americanas sobre o estado das defesas aéreas ucranianas e o preparo de suas forças armadas em Kiev para lançar sua anunciada contraofensiva contra as tropas russas.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reclamou em entrevista ao The Washington Post publicada na terça-feira que seu governo não havia sido avisado sobre o vazamento.
Blinken disse que conversou a respeito do incidente com seu colega ucraniano Dmytro Kuleba, a quem disse que os Estados Unidos "lamentam muito a exposição não autorizada desses documentos e levam (suas) obrigações e responsabilidades de proteger a informação muito a sério".
O chefe da diplomacia dos EUA comentou positivamente o telefonema da semana passada entre o líder chinês Xi Jinping e Zelensky.
"É de vital importância que a China e outros países que buscam promover a paz ouçam a vítima, não apenas o agressor", disse Blinken.
(P.Toussaint--LPdF)