Congresso da Colômbia aprova planos de Petro apesar de crise política
O Congresso da Colômbia aprovou, nesta sexta-feira (5), o plano de governo do presidente Gustavo Petro até 2026, apesar das divisões que fragmentam seus apoios políticos no Legislativo.
Denominado Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), o projeto obteve os votos necessários no Senado (66 a favor e 21 contra) e na Câmara Baixa (129 a favor e 24 contra) para definir as metas sociais, econômicas, sanitárias, ambientais e o orçamento para cumpri-las nos quatro anos do mandato de Petro (2022-2026).
No poder desde agosto, o presidente iniciou seu governo com o apoio da esquerda e outros partidos tradicionais em uma coalizão que tem se desmantelado ao longo dos meses e que se distancia cada vez mais das profundas reformas que o governo pretende implementar no país.
Mas depois de intensos debates no Congresso, o primeiro esquerdista a governar a Colômbia obteve luz verde para executar um orçamento equivalente a cerca de US$ 248 bilhões (ou R$ 1,22 trilhão) e colocar em prática seu plano de governo.
Embora nem todas as propostas do governo tenham sido acolhidas, o novo PND é uma vitória para Petro, que vem de semanas difíceis: a ruptura com os partidos tradicionais, uma crise em seu gabinete e a saída na quinta-feira do presidente do Congresso, Roy Barreras, uma peça-chave na aprovação de suas reformas no Legislativo.
"Vamos falar um pouco sobre o que foi rejeitado. Temos que examinar com cuidado. Há um retrocesso profundo na saúde, mas há avanços em muitos temas", disse Petro em um comunicado, após concluir uma viagem de três dias à Espanha.
Petro aspira instaurar ambiciosas reformas no sistema sanitário, trabalhista, previdenciário, entre outras mudanças prometidas em campanha. Além disso, aposta em uma política de "Paz Total", com a qual pretende acabar com o conflito de mais de meio século na Colômbia e negociar com os grupos ilegais do país.
O PND havia sido apresentado no Congresso há três meses, e desde então, o presidente vinha insistindo com senadores e deputados para aprová-lo em seu primeiro ano de mandato.
No último 1º de maio, da sacada da residência presidencial, Petro pediu a seus seguidores que se mobilizassem nas ruas em favor de suas reformas.
(Y.Rousseau--LPdF)