Congresso dos EUA inicia recesso a poucos dias de possível default
O Congresso dos Estados Unidos Unidos se preparava, nesta quinta-feira (25), para iniciar um recesso de 10 dias, apesar de não ter chegado a um acordo sobre o limite do endividamento, a fim de evitar um default.
Faltam sete dias para 1º de junho, dia que o governo estima que poderia ficar sem dinheiro para saldar suas dívidas.
Os membros da Câmara dos Representantes, no entanto, decidiram que irão estender o seu recesso pelo Memorial Day - feriado que homenageia os americanos mortos em combate - até 4 de junho.
Os senadores devem retornar dois dias antes do chamado "dia x", mas seu papel provavelmente se limitaria a aprovar o acordo que chega da Câmara dos Representantes, liderada pelos republicanos, com o presidente Joe Biden.
O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, disse que os legisladores receberiam um aviso de 24 horas, caso seja solicitado o seu retorno para votar, e que os republicanos e a Casa Branca diminuíram suas diferenças.
Os republicanos exigem cortes de até 130 bilhões de dólares (R$ 650 bilhões, na cotação atual) no gasto público para o próximo ano.
Estabeleceram também outras três condições para um acordo: modificar os projetos de lei em matéria de energia, requisitos mais rígidos para os beneficiários do seguro-desemprego e recuperar os fundos públicos gastos durante a pandemia.
Os democratas recusam os cortes propostos e querem que os republicanos aceitem um aumento no limite legal do endividamento sem contrapartidas, como o fizeram reiteradas vezes no passado.
- Ceticismo -
Em declarações à Fox News nesta quinta-feira, McCarthy disse que não está disposto a aceitar nenhum aumento de impostos para as empresas e para os mais ricos, como alternativa aos cortes.
"Sabemos onde estão nossas diferenças e continuaremos negociando para resolvê-las", afirmou.
Qualquer acordo necessitaria de pelo menos dois dias para ser formalizado e McCarthy disse que permitirá que os legisladores disponham de três dias para ler o texto que será submetido à votação.
A aprovação do Senado normalmente levaria mais uma semana, ainda que os líderes dos dois partidos tenham se comprometido a reduzir esse prazo.
Em 2 de junho, devem ser pagos US$ 25 bilhões (R$ 125 bilhões, cotação atual) da seguridade social. Caso o Estado não possa honrar esse compromisso, aproximadamente 27 milhões de americanos cairiam para abaixo da linha da pobreza.
(C.Fontaine--LPdF)