Blinken pede linhas comunicação abertas com a China
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu nesta quarta-feira (14) ao ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, que as linhas de comunicação permaneçam abertas, antes de um encontro no fim de semana em Pequim.
Os diplomatas das duas potências conversaram por telefone e, segundo Blinken, abordaram "os esforços para manter os canais de comunicação abertos", embora a China insista que os dois países enfrentam dificuldades crescentes.
Qin Gang afirmou a Blinken que "desde o começo do ano, as relações China-EUA enfrentam novas dificuldades e desafios. Está claro quem é o responsável", afirma o resumo da conversa divulgado pelo ministério chinês das Relações Exteriores.
"A China sempre contemplou e administrou as relações China-EUA de acordo com os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha apresentados pelo presidente Xi Jinping", acrescentou.
O ministro "explicou a posição solene da China sobre Taiwan", principal ponto de divergência entre as duas potências, assim como sobre "outras preocupações essenciais" de Pequim, de acordo com o resumo.
A China considera Taiwan uma de suas províncias, que pretende recuperar inclusive pela força se necessário.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, declarou em Washington que Blinken destacou "a importância de manter as linhas de comunicação abertas para administrar de maneira responsável a relação EUA-China e para evitar erros de cálculo e conflitos".
- Blinken na China -
A conversa entre os dois chefes da diplomacia aconteceu antes da visita de Blinken à China no próximo domingo (18).
A viagem é parte de uma estratégia estabelecida em novembro na Indonésia entre os presidentes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping, para evitar que a rivalidade entre as duas potências saia de controle.
A visita estava prevista para fevereiro, mas foi cancelada depois que o governo dos Estados Unidos detectou e derrubou o que denunciou como um balão chinês de vigilância que sobrevoava o território do país, acusação negada por Pequim.
Recentemente, no entanto, os dois países tentaram reduzir as tensões com uma série de encontros, incluindo uma reunião entre o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, e o diplomata chinês de alto escalão Wang Yi em Viena.
Os pontos de conflito entre as duas potências aumentaram nos últimos anos, em particular a respeito de Taiwan.
Além disso, a Casa Branca acusou na semana passada a China de operar há vários anos uma unidade de inteligência em Cuba, que foi reforçada em 2019 para aumentar sua presença na ilha caribenha.
Uma base em Cuba, a 150 quilômetros do extremo sul da Flórida, seria considerada por Washington um desafio direto ao território continental dos Estados Unidos.
Questionado sobre a base, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que não tinha conhecimento da situação, mas criticou a política de Washington em relação a Cuba.
(L.Chastain--LPdF)