EUA apreende quase 2.000 armas destinadas ao México
Os Estados Unidos confiscaram quase 2.000 armas, entre outubro de 2022 até março deste ano, no contexto da Operação de Norte a Sul destinada a combater o tráfico de armas para o México, informou a vice-procuradora-geral americana Lisa Monaco nesta quarta-feira (14).
Altos funcionários dos Departamentos de Justiça e Segurança Nacional, da Agência de Controle de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês) e da Casa Branca se reuniram hoje para discutir o problema do tráfico de armas para o México.
Trata-se de um tema essencial para o governo mexicano, que trava uma batalha na Justiça contra fabricantes de armas americanas, às quais acusa de facilitar que o armamento acabe nas mãos de criminosos mexicanos.
Em comentários anteriores à reunião, Joshua Geltzer, assessor adjunto de Segurança Nacional do presidente Joe Biden, insistiu em que a Casa Branca considera "uma prioridade" deter esse tráfico e abordar o problema "de forma integral" com as autoridades mexicanas.
Segundo ele, parte-se "de uma premissa fundamental": a maioria das armas ilegais que chegam ao México - desde pistolas até outras de alto calibre - provém dos Estados Unidos e os traficantes as utilizam contra os cidadãos e as forças de segurança mexicanas, e também para suas ações de tráfico de drogas.
Em busca de uma solução para o problema, o governo americano lançou, nos últimos anos, iniciativas como a Operação de Norte a Sul (Operation Southbound), que atua através de grupos de trabalho em oito cidades ao longo da fronteira com o México, a Operação Raio do Deserto e a Operação Sem Rastro.
A Operação de Norte a Sul permitiu a apreensão de "quase 2.000 armas de fogo de outubro passado até março", o que representa "um aumento de mais de 65%" em comparação com o mesmo período do ano anterior, e "mais de 80.000 munições", afirmou Lisa Monaco.
Na reunião, a vice-procuradora-geral pediu aos participantes que "redobrassem os esforços" coletando dados fiáveis "que possam ser compartilhados em tempo real", "mantivessem o impulso" contra o tráfico de armas durante os meses de verão do hemisfério norte e, sobretudo, "seguissem fortalecendo" a cooperação com o México.
O subsecretário de Segurança Nacional, John Tien, aproveitou sua intervenção para dizer ao México que os Estados Unidos levam a sério "o pedido de assistência". "Ouvimos [o pedido] e estamos tomando medidas enérgicas contra esse fluxo" de armas, prometeu.
Desde 2021, a Operação Sem Rastro resultou em 900 investigações, mais de 700 prisões e na apreensão de "quase um milhão de munições", afirmou Tien.
A ATF, por sua vez, informou que registrou um aumento de 17% nas apreensões de armas relacionadas com México entre o ano fiscal de 2021 e 2022, e de 217% nas investigações realizadas pela agência sobre esse tráfico.
(F.Bonnet--LPdF)