Para jovens republicanos, debate foi 'show de Vivek'
Se o debate republicano americano de quarta-feira fosse julgado apenas pelos aplausos, Vivek Ramaswamy seria, sem dúvida, o vencedor da noite, e Nikki Haley, uma agradável "surpresa". Pelo menos foi isso que aconteceu em um bar de Atlanta, onde um grupo de jovens eleitores tentava escolher um candidato para apoiar.
Reunidos em um bar no moderno bairro de Buckhead, mais de 100 pessoas, incluindo jovens republicanos, observaram com interesse oito dos candidatos à nomeação presidencial republicana.
O ex-presidente Donald Trump brilhou por sua ausência no debate, mas deve comparecer perante as autoridades em Atlanta nesta quinta-feira, após ser acusado por suas tentativas de reverter o resultado das eleições de 2020.
Na reunião, aplausos, vivas e gritos de incredulidade acompanharam o debate, entre goles de cerveja.
Para Riquet Caballero, de 36 anos, Ramaswamy, um cético em relação à mudança climática e empresário que fez fortuna na biotecnologia, foi a estrela da noite.
"Foi o show de Vivek", disse ele à AFP.
"As pessoas chamam ele de Trump 2.0 e acho que é o melhor de que precisamos agora", completou.
Caballero disse achar os discursos do ex-presidente Trump "cansativos".
O restante do bar pareceu concordar. Muitas das intervenções de Ramaswamy renderam-lhe gritos de aprovação, ou punhos levantados em sinal de apoio, como quando ele pediu que continuassem queimando carvão.
- "Obrigado, Vivek!" -
Andy Chopra, de 46 anos, já estava muito interessado em Ramaswamy e disse que o desempenho do candidato na quarta-feira correspondeu às suas expectativas. E comentou ter ficado "surpreso" com Haley, que considerou "muito sólida".
Ex-embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Haley atraiu repetidos aplausos, em particular por seu apoio à Ucrânia, por sua posição sobre o aborto e quando citou a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.
Allen English, presidente dos Jovens Republicanos de Atlanta e coorganizador da noite, disse antes do debate que apoiava o governador da Flórida, Ron DeSantis. Ao mesmo tempo, declarou-se de "mente aberta", já que sua "maior prioridade é ter certeza de indicar a pessoa que vai ganhar".
English ficou decepcionado com a não participação de Trump, embora tenha dito compreender o raciocínio do ex-presidente, que está bem à frente dos seus rivais nas pesquisas de opinião.
Apesar disso, disse que não votaria no magnata, de 77 anos, porque quer "alguém que possa servir (como presidente) por oito anos" – dois mandatos completos – para "resolver todos os problemas".
"Acho que todo o mundo concorda em que estamos cansados de ver gente idosa governando este país", afirmou, acrescentando com uma risada: "Quer dizer, amo meus idosos, não me interpretem mal, mas temos dois caras (Trump e o presidente Joe Biden) que, sabe, poderiam usar bengalas ou andadores".
"Vamos com alguém que talvez não esteja na fase de andador!", completou.
Ele também ficou impressionado com Haley e apreciou a "energia" de Ramaswamy, mas não está convencido de que ele seja o certo para o papel.
"Acho que não acredito, ou não tenho fé, em sua capacidade de liderar o país neste momento", reconheceu.
Trump comentou o desempenho de seus rivais com uma série de publicações em sua plataforma de mídia social Truth Social na noite de ontem.
Atacou, em particular, DeSantis, seu principal adversário até agora, e o "horrível" ex-governador de Nova Jersey Chris Christie, um de seus aliados de primeira hora e, hoje, um dos críticos mais ferrenhos.
Mas ele teve uma palavra gentil para Ramaswamy, que chamou Trump de "o melhor presidente do século XXI" durante o debate. "Obrigado, Vivek!", escreveu Trump.
(V.Castillon--LPdF)