Oposição venezuelana rejeita uso de sistema automatizado do Estado em suas primárias
A oposição venezuelana rejeitou, nesta segunda-feira (2), usar o sistema automatizado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em suas primárias de 22 de outubro, que definirão um rival para o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 2024, embora tenha solicitado apoio logístico.
A decisão foi tomada após uma proposta do CNE de oferecer assistência técnica, que contemplava o adiamento da votação por quase um mês.
"O uso do sistema automatizado de votação teria sido útil, mas a eleição primária que estamos conduzindo já está em sua fase final, com um cronograma próximo a culminar com a realização da eleição em 22 de outubro de 2023", afirmou em comunicado a comissão que organiza o processo, que será realizado manualmente.
A oposição havia descartado em junho contar com o apoio do CNE após a renúncia coletiva da diretoria anterior do órgão, o que foi denunciado na época como "uma manobra" contra suas votações internas.
O apoio do órgão eleitoral foi reconsiderado após a nomeação em agosto de novas autoridades, lideradas pelo ex-controlador Elvis Amoroso, que propôs na última quinta-feira oferecer apoio técnico e realizar as eleições em 19 de novembro.
Após consultas entre candidatos e partidos políticos, a Comissão Nacional de Primárias recusou a oferta.
No entanto, solicitou apoio ao CNE para dispor de "centros de votação oficiais", facilitar a comunicação com todos os órgãos de segurança e ordem pública, ajudar no transporte de material eleitoral e nos trâmites necessários para a entrada de imprensa estrangeira e observadores internacionais.
Os principais candidatos nas primárias, a ex-deputada María Corina Machado, que lidera as pesquisas, e o ex-candidato presidencial Henrique Capriles, estão impedidos de ocupar cargos públicos devido à imposição de sanções administrativas rejeitadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Freddy Superlano, que substituiu Juan Guaidó como candidato após a eliminação do simbólico "governo interino" liderado por Guaidó, também está sujeito a uma proibição.
Maduro concorrerá em 2024 a um terceiro mandato de seis anos.
(R.Dupont--LPdF)