Republicano de extrema direita quer derrubar presidente da Câmara dos Representantes dos EUA
O legislador republicano de extrema direita Matt Gaetz apresentou, nesta segunda-feira (2), uma moção para destituir seu correligionário Kevin McCarthy do cargo de presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, reavivando uma batalha dentro do partido entre os conservadores tradicionais e os apoiadores do ex-presidente Donald Trump.
Gaetz, representante pela Flórida, apresentou sua proposta no plenário, "declarando vago o cargo de presidente da Câmara dos Representantes".
A moção, que requer o apoio da maioria para ser aprovada, não será votada imediatamente.
Gaetz é uma figura proeminente dentro do pequeno grupo de legisladores republicanos de extrema direita que levou o governo dos Estados Unidos à beira da paralisação com sua recusa em aprovar um novo financiamento federal sem cortes profundos nos gastos.
Esse bloco também se opõe ao envio de ajuda adicional à Ucrânia em seu conflito com a Rússia, alegando que o dinheiro seria melhor utilizado nos Estados Unidos na luta contra a imigração ilegal.
Os legisladores republicanos mais conservadores têm um poder de veto de fato sobre a aprovação de leis na Câmara, dada a magra vitória do partido nas eleições de meio de mandato em novembro passado.
Após a Câmara aprovar no sábado uma medida de última hora para prorrogar o financiamento nos níveis atuais e sem novas ajudas à Ucrânia, Gaetz disse que se mobilizaria para destituir McCarthy.
Para obter o cargo de presidente da Câmara em janeiro, McCarthy foi obrigado a fazer concessões ao bloco extremista do partido, incluindo uma mudança que permite a um membro apresentar uma "moção de vacância".
O destino da moção de Gaetz é incerto e ainda não está claro se os democratas virão em ajuda a McCarthy.
Gaetz disse no domingo que acredita ter apoio republicano suficiente para destituir o presidente da Câmara.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou McCarthy por não cumprir um acordo feito meses atrás em relação à crise da dívida que visava evitar uma luta pela paralisação e por retirar o apoio à Ucrânia.
"Parem de brincar, acabem com isso", disse Biden no domingo.
(V.Castillon--LPdF)