Comandante militar chinês critica países que 'criam turbulências deliberadamente'
Um comandante militar chinês criticou nesta segunda-feira (30) alguns países que "criam turbulências deliberadamente", ao abrir um Pequim uma conferência sobre defesa, em uma crítica velada aos Estados Unidos.
"Alguns países criam turbulências deliberadamente, intervêm em questões regionais, interferem nos assuntos internos de outros países e fomentam revoluções", declarou Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central, ao inaugurar um fórum de militares e diplomatas.
Entre os participantes estava o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu.
Zhang não mencionou os países que considera problemáticos, mas Pequim critica de maneira consistente as posições dos Estados Unidos na invasão russa da Ucrânia e no conflito entre Israel e Hamas.
"Quando observamos o mundo hoje, os focos de conflito aparecem um após o outro. A dor da guerra, o caos e a turbulência e a perda de vidas acontecem constantemente", acrescentou Zhang.
Ele disse que alguns países "criam muitos conflitos geopolíticos artificiais, depois pregam a imparcialidade, quando na realidade favorecem um lado, o que torna as situações regionais complexas e inextrincáveis".
Zhang afirmou ainda que estes países, que atuam nos bastidores, "distribuem facas e não se importam em provocar guerras entre os povos, garantindo que sejam beneficiados pelo caos".
O ministro russo advertiu no fórum que os países ocidentais tentam estimular a instabilidade na Ásia.
"Depois de provocar uma grave crise na Europa, o Ocidente tenta expandir o potencial de crise para a Ásia-Pacífico", declarou Shoigu.
Ele disse que a intervenção direta de países com arsenais nucleares "multiplica os riscos estratégicos".
"A linha do Ocidente para uma escalada com a Rússia representa um risco de conflito direto entre potências nucleares, que terá consequências catastróficas, acrescentou Shoigu.
A China organiza o fórum sem a presença de um ministro da Defesa, depois de anunciar na semana passada a destituição do titular da pasta, Li Shangfu, sem uma explicação oficial.
(A.Monet--LPdF)