Combates entre Exército e rebeldes deixam milhares de deslocados em Mianmar
Mais de 6.000 pessoas teriam sido deslocadas em quatro dias de combates entre o Exército e os movimentos rebeldes no norte de Mianmar, e centenas teriam fugido para a China, indicou, nesta segunda-feira (30), o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).
Uma coalizão de três grupos étnicos rebeldes lançou uma série de ataques coordenados no estado de Shan, vizinho à China e local previsto para um projeto ferroviário importante financiado por Pequim como parte de suas novas rotas da seda.
O Exército de Libertação Nacional Taaung (TNLA), o Exército de Arakan (AA) e a Aliança Democrática Nacional de Mianmar (MNDAA) anunciaram a captura de várias posições e rotas militares estratégicas.
“Até 30 de outubro, mais de 6.200 pessoas parecem ter sido deslocadas recentemente" devido aos combates, informou o Escritório da ONU. "Além disso, acredita-se que centenas de pessoas tenham cruzado a fronteira para a China em busca de segurança", acrescentou o Ocha.
O Ministério das Relações Exteriores da China reportou na última sexta-feira que monitorava a situação e pediu às partes em conflito que evitassem uma escalada.
Os três movimentos rebeldes envolvidos nos combates representam um total de 15 mil combatentes, segundo especialistas. Eles enfrentam as forças do governo para obter a autonomia e o controle dos recursos.
(E.Beaufort--LPdF)