Zelensky conclui viagem à Europa após reunião com papa e chanceler alemão
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, foi recebido nesta sexta-feira (11) pelo papa Francisco no Vaticano, no âmbito da sua breve visita a várias capitais da Europa Ocidental, para obter mais apoio contra a invasão russa.
É a segunda audiência privada que Zelensky teve no Vaticano com o papa, depois da realizada em maio de 2023.
O presidente ucraniano contou que durante a reunião, que durou 35 minutos, pediu apoio diplomático à Santa Sé para recuperar os ucranianos presos em Moscou.
"A questão da repatriação de nossos compatriotas esteve no centro de meu encontro com o papa Francisco. Contamos com a ajuda da Santa Sé para ajudar a repatriar os ucranianos capturados pela Rússia", escreveu em sua conta na rede social X.
Em 12 de maio, Francisco havia pedido uma troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia, e recordou "a vontade da Santa Sé para favorecer todos os esforços neste sentido".
Zelensky também se reuniu com uma delegação diplomática da Santa Sé, liderada pelo cardeal italiano Pietro Parolin, secretário de Estado e número dois no Vaticano.
O encontro centrou-se "no estado da guerra e a situação humanitária na Ucrânia, bem como nos meios para colocar fim ao conflito, levando a uma paz justa e estável", segundo um comunicado do Vaticano.
Zelensky e Francisco haviam se reunido em junho deste ano, durante a cúpula do G7, no sudeste da Itália. Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, o pontífice multiplicou os apelos à paz, sem sucesso e com atritos ocasionais com Kiev.
Em março, Jorge Bergoglio desencadeou uma crise diplomática entre Kiev e o Vaticano ao apelar à Ucrânia para "levantar a bandeira branca e negociar".
- Giro por capitais europeias -
Zelensky percorre as capitais da Europa Ocidental para renovar o apoio ao seu país contra a invasão russa.
As visitas ocorrem em um momento difícil no terreno.
O Exército russo não parou de avançar nos últimos meses na frente oriental e nesta sexta-feira reivindicou a captura de duas novas localidades. Na região de Odessa, pelo menos quatro pessoas foram mortas em bombardeios russos durante a noite, segundo o governador regional.
O presidente ucraniano afirmou que o objetivo não é falar sobre um eventual cessar-fogo com a Rússia, mas sim apresentar aos seus aliados o seu "plano de vitória", do qual não deu detalhes.
O objetivo é "criar as condições para um fim justo da guerra", declarou na quinta-feira, citado em um comunicado do seu gabinete. "A Ucrânia só pode negociar a partir de uma posição forte", acrescentou.
Na quinta-feira, o presidente reuniu-se em Londres com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, em Paris com o presidente francês Emmanuel Macron e em Roma com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.
Nesta sexta-feira, depois das reuniões no Vaticano, irá a Berlim para falar com o chanceler alemão, Olaf Scholz, cujo governo pretende reduzir à metade o montante atribuído à ajuda militar bilateral à Ucrânia em 2025.
Zelensky também está preocupado com as eleições presidenciais americanas em novembro.
Uma vitória do republicano Donald Trump contra a democrata Kamala Harris pode pôr em risco o apoio militar e financeiro que os Estados Unidos cede à Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
(P.Toussaint--LPdF)