Israel bombardeia posições do Hezbollah no Líbano e continua sua ofensiva em Gaza, causando dezenas de mortes
O Exército israelense bombardeou dezenas de posições do Hezbollah em Beirute e no sul do Líbano neste domingo(20), enquanto continuava sua ofensiva contra o Hamas em Gaza, onde as equipes de resgate relataram mais de 70 mortos em um ataque no dia anterior.
Os bombardeios contra a periferia sul de Beirute, um reduto do movimento xiita libanês, ocorrem um dia após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusar o grupo Hezbollah de tentar assassiná-lo.
Israel anunciou no sábado que um drone foi lançado do Líbano em direção à residência do líder, que não estava na casa que fica em Cesareia, na costa central do país.
O Hezbollah não assumiu a responsabilidade, mas a missão iraniana das Nações Unidas disse que o grupo xiita estava por trás do ataque.
"Digo aos iranianos e a seus aliados no eixo do mal: qualquer pessoa que prejudique os cidadãos do Estado de Israel pagará caro por isso", disse Netanyahu em um comunicado.
O Exército israelense alegou ter bombardeado um "centro de comando" do Hezbollah e uma fábrica subterrânea de armas em Beirute. Anunciou também que matou três milicianos do movimento libanês em outros ataques no sul do país.
Pouco depois, relatou 70 "projéteis" disparados do Líbano em questão de minutos. Alguns deles foram interceptados, afirmou.
Além de sua ofensiva no Líbano desde meados de setembro, o Exército israelense continua a bombardear Gaza, onde luta contra o movimento islamista palestino Hamas, aliado do Hezbollah.
Mais de 50 cidades bombardeadas no Líbano -
"Cerca de 175 alvos terroristas na Faixa de Gaza e no Líbano" foram bombardeados no sábado, disse o Exército israelense.
"Não estamos apenas derrotando o inimigo, mas também destruindo-o em todas as cidades ao longo da fronteira", declarou neste domingo o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, durante uma visita ao norte de Israel.
No Líbano, mais de 50 cidades no sul foram bombardeadas neste domingo, segundo a agência de notícias libanesa ANI, que relatou "14 ataques consecutivos" em apenas 15 minutos contra a cidade fronteiriça de Khiam.
A ANI também informou que o Exército israelense explodiu várias casas em três cidades que fazem fronteira com Israel.
Em Beirute, a capital, um dos atentados atingiu um edifício residencial perto de "uma mesquita e de um hospital", segundo a mesma fonte.
O Exército libanês anunciou a morte de três dos seus soldados por disparos israelenses contra um dos seus veículos no sul.
O Hezbollah assumiu a responsabilidade pelo disparo de foguetes contra a cidade israelense de Haifa, contra três bases militares no norte e contra tropas israelenses no sul do Líbano.
Depois de enfraquecer o Hamas em Gaza, Israel transferiu a maior parte das suas operações para o Líbano, intensificando seus bombardeios em 23 de setembro e lançando incursões terrestres uma semana depois.
O objetivo, segundo as autoridades israelenses, é permitir o retorno para o norte de cerca de 60 mil pessoas deslocadas há um ano pelo lançamento de foguetes do movimento islamista.
Pelo menos 1.454 pessoas morreram no Líbano desde 23 de setembro, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais. A ONU contabiliza cerca de 700 mil pessoas deslocadas no país.
As guerras em Gaza e no Líbano também ocorrem em um contexto de tensão crescente entre Israel e Irã, que lançou 200 mísseis contra o território israelense em 1º de outubro. Israel ameaça responder à agressão de Teerã.
A guerra em Gaza começou após a incursão, em 7 de outubro de 2023, de combatentes que mataram 1.206 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, e capturaram 251 reféns, dos quais 97 ainda estão em cativeiro, segundo contagens da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Na ofensiva de represália de Israel contra Gaza, 42.603 palestinos morreram, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
(C.Fournier--LPdF)