Le Pays De France - Primeiro-ministro indiano pede rápida restauração da paz na Ucrânia em reunião com Putin

Paris -
Primeiro-ministro indiano pede rápida restauração da paz na Ucrânia em reunião com Putin
Primeiro-ministro indiano pede rápida restauração da paz na Ucrânia em reunião com Putin / foto: © POOL/AFP

Primeiro-ministro indiano pede rápida restauração da paz na Ucrânia em reunião com Putin

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pediu nesta terça-feira (22) à Rússia, durante uma reunião com o presidente Vladimir Putin, o retorno rápido da paz na Ucrânia, no âmbito da cúpula dos Brics na cidade russa de Kazan.

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"Acreditamos que as disputas só devem ser resolvidas pacificamente. Apoiamos totalmente os esforços para restaurar rapidamente a paz e a estabilidade", disse o líder indiano ao presidente russo.

Modi explicou que estava "em contato constante" com Putin, que saudou a "aliança estratégica" com a Índia por ocasião desta cúpula de países emergentes com a qual o presidente russo aspira demonstrar o fracasso da política ocidental de isolamento e sanções contra Moscou.

Modi tenta manter um equilíbrio delicado entre relações historicamente fortes com Moscou e o seu desejo de se aproximar do Ocidente para combater a China, o seu principal rival regional.

Desde 2022, o líder indiano se absteve de condenar a ofensiva russa na Ucrânia, defendendo o diálogo e oferecendo-se inclusive como mediador. A Ucrânia também estará na agenda da cúpula de quinta-feira, com um encontro anunciado pelo Kremlin entre Putin e António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.

No entanto, a ONU não confirmou a reunião, a primeira na Rússia entre os dois desde abril de 2022, após o início do ataque russo à Ucrânia.

Seguindo o primeiro-ministro indiano e alinhado com o seu objetivo de competir com a "hegemonia" ocidental, Putin se reunirá com o presidente chinês, Xi Jinping.

Segundo o Kremlin, a cúpula dos Brics, organização de países emergentes, é "o evento diplomático mais importante já organizado na Rússia".

A Rússia ganha terreno militarmente na Ucrânia e forjou alianças com a China, o Irã e a Coreia do Norte, os maiores adversários dos Estados Unidos.

- Contra a hegemonia do dólar -

Putin iniciou sua maratona diplomática nesta terça-feira com uma entrevista com a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como banco dos Brics.

O presidente russo reiterou o desejo de "um aumento dos pagamentos em moedas nacionais" entre os países dos Brics, o que segundo ele "reduzirá os riscos políticos externos".

A Rússia, sujeita às sanções econômicas ocidentais e com os seus principais bancos excluídos da plataforma internacional de pagamentos Swift, defende a criação de um sistema alternativo à hegemonia do dólar.

O chefe de Estado russo manterá conversações na quarta-feira com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, cujo país, membro da Otan, pediu para aderir aos Brics, e com o presidente iraniano, Masud Pezeshkian.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, cancelou sua viagem e participará por videoconferência.

Putin também concederá uma coletiva de imprensa na quinta-feira, no final da reunião.

O presidente russo limitou os seus deslocamentos ao exterior desde que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra ele em março de 2023 por seu suposto envolvimento na deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia, o que Moscou nega.

Portanto, o Kremlin considera "crucial" demonstrar que "existe uma alternativa às pressões ocidentais (…) e que o mundo multipolar é uma realidade", segundo o analista político russo Konstantin Kalachev.

Apesar da anexação da Crimeia em 2014 e de outras regiões ucranianas que reivindica como suas, a Rússia apresenta a sua ofensiva como um conflito provocado pelas ambições hegemônicas dos Estados Unidos.

No entanto, as potências ocidentais e o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acreditam que o Kremlin deseja dominar os seus vizinhos, que estiveram na esfera de Moscou até o final da Guerra Fria.

O grupo dos Brics foi criado em 2009 com quatro membros (Brasil, China, Índia e Rússia) e em 2010 incorporou a África do Sul. Em 2024, outros quatro países aderiram ao bloco (Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos).

(F.Bonnet--LPdF)