Oposição de centro-esquerda vence 2º turno das legislativas na Lituânia
A oposição de centro-esquerda venceu as eleições legislativas de domingo na Lituânia, segundo os resultados preliminares.
O Partido Social Democrata lidera a apuração com 52 cadeiras das 141 no Parlamento e pretende formar uma coalizão de governo.
Os conservadores, no poder, terminaram em um distante segundo lugar, com 28 cadeiras.
"Os resultados das eleições mostraram que o povo lituano quer mudanças, precisa de um governo completamente diferente", declarou a líder social-democrata Vilija Blinkeviciute.
O partido, que já havia sido o mais votado no primeiro turno, em 13 de outubro, se prepara para substituir os conservadores no poder.
Segundo os analistas, esta mudança não deve modificar o apoio à Ucrânia por parte deste país de 2,8 milhões de habitantes, membro da Otan e da UE.
A ex-república soviética vê a Rússia com suspeita e teme virar o próximo alvo se Moscou vença a guerra contra a Ucrânia.
Segundo o instituto alemão Kiel, a Lituânia está entre os três países que mais ajudam a Ucrânia em termos de proporção ao seu PIB, com uma taxa de 1,64%.
"As diferenças nestas eleições são sobre as questões de política interna. Na política externa não vemos praticamente nenhuma diferença", disse à AFP a analista política Rima Urbonaite.
O Partido Social Democrata, que governou o país entre 2012 e 2016, espera obter, com seus aliados, quase 80 dos 141 cadeiras no Parlamento e designar Vilija Blinkeviciute como nova primeira-ministra.
A legenda se comprometeu a aumentar as pensões, estabelecer uma tributação mais progressiva, taxar os produtos de luxo e melhorar o financiamento dos serviços sociais.
As eleições foram marcadas pela polêmica que envolveu um novo partido populista, o Amanhecer de Nemunas, liderado pelo ex-deputado Remigijus Zemaitaitis, que renunciou após acusações de antissemitismo e está sendo julgado por incitação ao ódio.
O partido conseguiu 15 cadeiras no Parlamento primeiro turno e poderá ser fundamental para a formação do governo, embora o Partido Social Democrata descarte uma aliança.
(A.Renaud--LPdF)