Kamala acusa Trump de estar 'obcecado' em dividir o país
Kamala Harris acusou Donald Trump, nesta segunda-feira (28), de estar "obcecado com suas queixas, consigo mesmo e em dividir" o país, enquanto o republicano tenta conter os efeitos da retórica racista durante um comício em Nova York.
Mais de 44 milhões de americanos já votaram antecipadamente, a apenas oito dias das eleições mais acirradas da história contemporânea dos Estados Unidos.
Um deles foi o presidente Joe Biden, que votou nesta segunda-feira no estado de Delaware (nordeste).
As tensões aumentam na corrida pela Casa Branca, alimentadas pelo medo de que o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump possa novamente se recusar a reconhecer uma derrota, como fez em 2020.
A preocupação cresceu após um incêndio que queimou centenas de votos antecipados depositados em uma caixa de votação supostamente segura em um distrito altamente competitivo no noroeste do estado de Washington.
Além disso, suspeita-se de outro incêndio intencional horas antes em Portland, Oregon.
- Porto Rico -
O empate técnico se mantém nas pesquisas.
Nesta semana, ambos se concentrarão nos sete estados que provavelmente decidirão o resultado: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada.
Kamala e seu companheiro de chapa, Tim Walz, visitarão todos eles.
A vice-presidente começou nesta segunda-feira por Michigan, no norte, onde criticou novamente o comício de Trump em Nova York.
O humorista Tony Hinchcliffe, um dos participantes, debochou: "Há uma ilha flutuante de lixo no meio do oceano neste momento, acho que se chama Porto Rico".
Ele também zombou dos latinos, dizendo que "eles adoram fazer bebês", parodiou judeus e palestinos e ridicularizou um homem negro com o estereótipo de que os afro-americanos gostam muito de melancia.
"Na noite passada, o ato de Donald Trump no Madison Square Garden realmente destacou um ponto que venho levantando ao longo desta campanha", disse Kamala a jornalistas no Air Force Two.
"Ele está focado e realmente obcecado com suas queixas, consigo mesmo e em dividir nosso país. E de forma alguma isso vai fortalecer a família americana, o trabalhador americano", acrescentou.
A equipe de campanha do republicano se distanciou do comentário do comediante, que levou artistas como Bad Bunny, Ricky Martin, Marc Anthony e Jennifer Lopez a expressar apoio à Kamala.
"Essa piada não reflete a opinião do presidente", afirmou uma das porta-vozes de Trump.
Embora sejam americanos, os porto-riquenhos não podem votar nas eleições presidenciais, exceto se residirem em um dos 50 estados continentais dos Estados Unidos, além do distrito de Columbia.
A Pensilvânia, um estado chave que pode decidir o resultado das eleições, conta com meio milhão de porto-riquenhos.
O humorista reprovou as vozes críticas, que segundo ele "não têm senso de humor".
Outros participantes usaram uma retórica abertamente sexista e racista para fazer comentários sexualmente desrespeitosos sobre Kamala, chamando-a de "o anticristo".
Trump aproveitou o evento — comparado pelos democratas a um infame comício de fascistas americanos no mesmo local em 1939 — para atacar a imigração ilegal e os opositores, os quais voltou a chamar de "inimigo interno".
Trump viajou nesta segunda-feira à Geórgia para se reunir com pastores e líderes religiosos, além de realizar um comício em Atlanta, capital deste estado do sudeste americano.
(R.Dupont--LPdF)