Líder do Hezbollah diz dispor de milhares de combatentes para enfrentar Israel
O líder do grupo Hezbollah libanês, Naim Qassem, disse, nesta quarta-feira (6), que sua organização tem dezenas de milhares de combatentes “treinados” para enfrentar o Exército israelense e advertiu que nenhum lugar em Israel está a salvo de seus mísseis e drones.
"Temos dezenas de milhares de combatentes da resistência treinados, capazes de enfrentar e se defender", disse ele em um discurso televisionado no 40º dia desde a morte do líder histórico do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque israelense em Beirute.
"Israel vai gritar [de dor] sob os mísseis e drones, nenhuma parte da entidade israelense é inacessível para nossos drones e mísseis", acrescentou Qassem.
O grupo político-militar, alinhado ao Irã, disse ter disparado mísseis em direção ao centro de Israel, embora o tráfego no principal aeroporto do país, o Ben Gurion, em Tel Aviv, não tenha sido afetado, informou uma porta-voz à AFP.
O Hezbollah disparou cerca de 120 projéteis em direção a Israel, segundo o Exército israelense.
Israel bombardeou, por sua vez, o sul de Beirute, reduto do Hezbollah, pouco após o discurso de Qassem.
O líder do grupo islamista disse, por outro lado, que o movimento estava "preparado" caso Israel "opte por uma guerra de desgaste".
"Aconteça o que acontecer com o tempo, vamos nos manter firmes (...) Vamos enfrentá-los", reforçou.
Qassem também disse que a negociação de um cessar-fogo com Israel não depende do resultado das eleições americanas, vencidas pelo republicano Donald Trump, que voltará à Casa Branca em janeiro.
“Não estamos apostando nas eleições americanas. Vença [Kamala] Harris ou Trump, isso não tem valor para nós”, disse o novo líder do Hezbollah em um discurso gravado antes do anúncio da vitória do republicano.
As tropas israelenses e os combatentes do Hezbollah, aliados do Hamas em Gaza, começaram a trocar tiros na fronteira entre os dois países em 8 de outubro de 2023, obrigando milhares de moradores dos dois lados a fugirem.
Com o objetivo de permitir o retorno dos 60.000 habitantes deslocados do norte do território, Israel lançou, a partir de 23 de setembro, bombardeios diários no Líbano, uma semana depois de uma ofensiva terrestre no sul do país.
(C.Fournier--LPdF)