Inflação sobe em outubro nos EUA impulsionada pelos preços da habitação
A inflação a 12 meses subiu nos Estados Unidos em outubro, impulsionada pelo aumento dos preços da habitação, de acordo com dados oficiais divulgados nesta quarta-feira (13), que acrescentam um obstáculo à determinação do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de continuar reduzindo suas taxas de juros.
O índice de preços ao consumidor (IPC) registrou 2,6% ao ano, frente a 2,4% em setembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira.
A inflação era uma das maiores preocupações dos americanos nas eleições da semana passada, nas quais o ex-presidente republicano Donald Trump derrotou a vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris.
Em outubro, o IPC teve um aumento de 0,2% em relação a setembro, a mesma variação registrada entre agosto e setembro.
Os dados da inflação estão em linha com as expectativas dos analistas, de acordo com informações reunidas pela Dow Jones Newswires e pelo The Wall Street Journal.
"A inflação em outubro se comportou de maneira bastante semelhante ao esperado", afirmaram os economistas da High Frequency Economics em uma nota aos seus clientes.
O índice que mede os preços do setor de habitação representou "mais da metade do aumento mensal", afirmou o Departamento do Trabalho em seu comunicado.
A inflação subjacente, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e energia, manteve-se em outubro igual ao de setembro, com 0,3% em relação ao mês anterior e 3,3% em termos anuais.
Após uma dura batalha contra o aumento dos preços, "estamos fazendo progressos para as famílias trabalhadoras", disse a conselheira econômica da Casa Branca, Lael Brainard, em uma declaração.
Desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca em 2021, os preços aumentaram mais de 20% em um contexto internacional de inflação devido à recuperação econômica após a pandemia de covid-19.
- Desafio para o Fed -
Os preços da habitação aumentaram 0,4% em outubro em relação a setembro.
O Fed observará atentamente esses números. Embora a inflação tenha se moderado em direção à meta do banco central de 2% ao ano, o mercado de trabalho também mostrou alguns sinais de enfraquecimento, embora ainda se mantenha saudável, e o crescimento econômico seja robusto.
Na semana passada, após a eleição, o Fed fez um segundo corte nas taxas, de 0,25 ponto percentual. O Fed iniciou um ciclo de flexibilização de sua política monetária, que torna o crédito mais barato e, por consequência, estimula o consumo e o investimento, de forma contrária ao objetivo que perseguiu durante anos com as taxas de juros altas para conter a inflação.
O Fed tem dois objetivos: controlar a evolução dos preços e manter o pleno emprego.
Atualmente, as taxas de juros de referência nos Estados Unidos estão entre 4,50% e 4,75%.
Os operadores de contratos futuros, que servem como referência para as expectativas do mercado, preveem que o Fed continuará com seus cortes. Cerca de 80% desses agentes esperam um novo corte na próxima reunião do órgão em dezembro, segundo dados do CME Group.
(M.LaRue--LPdF)