Cúpula Íbero-Americana chega à sessão final sem a presença de líderes
A Cúpula Ibero-Americana do Equador chega nesta sexta-feira (15) ao seu último dia com uma aguardada sessão de alto nível, que, no entanto, não deverá contar com as presenças dos líderes que normalmente a presidem, sendo ofuscada por outros eventos internacionais.
Dos 22 chefes de Estado e de Governo convocados, apenas o rei espanhol Felipe VI, os presidentes Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal) e Xavier Espot Zamora (Andorra) participarão como principais líderes, ao lado do anfitrião Daniel Noboa, para votar a declaração final da cúpula em Cuenca, a menos que haja alguma surpresa de última hora.
A delegação de El Salvador será representada pelo vice-presidente, enquanto as demais comissões da região atribuíram a responsabilidade a funcionários de menor escalão.
Alguns outros mandatários priorizaram participar de cúpulas como a da Apec, no Peru, ou a que o Brasil está organizando para o G20.
A grande ausência de líderes gerou dúvidas sobre a relevância do fórum, que este ano pretendia focar a atenção no lema "Inovação, inclusão e sustentabilidade".
- Início difícil -
O evento começou na quinta-feira na cidade colonial de Cuenca, com protestos contra a sua realização e a gestão do presidente Noboa. A chamada "contracúpula" será mobilizada novamente nesta sexta-feira.
O Equador recebe sua primeira cúpula ibero-americana em meio a uma grave crise de violência criminal, narcotráfico e racionamento de energia elétrica para enfrentar uma seca histórica. Embora os apagões tenham colocado o país em alerta, Cuenca garantiu o fornecimento de energia durante o evento.
“Apesar de todas as adversidades e de todos os problemas, todos os conflitos internos e externos", o Equador "conseguiu levar adiante" a reunião, celebrou Noboa.
- Cooperação -
Durante o primeiro dia, um total de 19 delegações dos 22 países ibero-americanos presentes focaram seus esforços na cooperação, em meio a apelos para favorecer o multilateralismo.
Os temas sociais e a luta contra o crime transnacional também tiveram destaque nas comissões e espera-se que sejam refletidos no documento final, que os chanceleres debateram em uma reunião fechada na quinta-feira.
"Abordamos os principais desafios que enfrentamos como comunidade, (...) especialmente em áreas críticas como o combate ao crime organizado, a mudança climática, a inclusão dos jovens no mercado de trabalho e a proteção do meio ambiente", enumerou Noboa.
Como resultado, o setor privado da região adotou um "Compromisso pela Empregabilidade dos Jovens" e foi apresentado o Cartão Ibero-Americano de Deficiência, para facilitar o "reconhecimento de direitos".
(C.Fontaine--LPdF)