Paris fecha cortinas da festa olímpica e holandesa Hassan encerra atletismo com ouro
Com uma cerimônia mais convencional que a de abertura, Paris fecha neste domingo (11) as cortinas de uma festa olímpica, que terminou com o último ouro dos Jogos para a seleção americana de basquete feminino, vitória que colocou os Estados Unidos no topo do quadro final de medalhas depois de 19 dias de competições na capital francesa.
Em uma chegada emocionante, a holandesa Sifan Hassan ganhou o ouro na maratona feminina depois de ter conquistado dois bronzes no estádio olímpico, nos 5.000m e 10.000m.
Hassan fez os 42,195 km de prova com o tempo de 2 horas, 22 minutos e 55 segundos, estabelecendo um novo recorde olímpico. A medalha de prata ficou com a etíope Tigst Assefa (2h22:58) e o bronze foi para a queniana Hellen Obiri (2h23:10).
Mais tarde, o Stade de France será palco da cerimônia de encerramento a partir das 21h locais (16h em Brasília), na qual Tom Cruise e Snoop Dogg participarão da passagem de bastão para Los Angeles, a próxima sede olímpica em 2028.
Acrobatas, dançarinos e até bombeiros vão transformar os 2.800 m2 do estádio em uma grande festa.
- Distopia futurista -
Os organizadores anunciaram que a cerimônia de encerramento girará em torno de uma distopia futurista, em que um personagem, "o viajante dourado", interpretado pelo b-boy francês Arthur Cadre, redescobre os Jogos Olímpicos, como fez o Barão Pierre de Coubertin no século XIX.
Com duração de cerca de duas horas e meia, será mais curta que a de abertura no dia 26 de julho, que durou quatro horas e foi histórica por não ter acontecido em um estádio, mas ao longo do Sena e com o atletas desfilando a bordo de 85 embarcações.
"Será um momento muito intenso dizer 'au revoir' a todos os atletas", anunciar os Jogos Paralímpicos – de 28 de agosto a 8 de setembro – e passar o bastão para Los Angeles-2028, comentou o presidente do comitê organizador, Tony Estanguet.
O diretor artístico é mais uma vez Thomas Jolly, alvo de críticas por uma cena na abertura, que atores políticos conservadores - do Vaticano ao guia supremo iraniano, e inclusive Donald Trump - viram como uma paródia ofensiva da Última Ceia de Jesus com seus apóstolos.
- Lendas vivas -
Antes da festa serão entregues as últimas medalhas.
Entre elas, a de ouro para a seleção feminina de basquete dos Estados Unidos, que venceu a França por 67-66 e conquistou seu oitavo título olímpico consecutivo.
Com isso, o 'Team USA' terminou o quadro de medalhas na liderança, empatado em 40 ouros com a China. A delegação americana, no entanto, conseguiu mais pratas que a chinesa (44 contra 27) e mais medalhas no total: 126 a 91. O Japão foi o terceiro, com 45 medalhas (20-12-13).
Além da maratona feminina, pela primeira vez na história realizada no último dia (em vez da masculina), a Dinamarca conquistou a medalha de ouro no handebol Masculino ao vencer a Alemanha por 39-26.
No vôlei feminino, a Itália venceu os Estados Unidos, enquanto Sérvia e Dinamarca foram coroadas nas competições masculinas de polo aquático e handebol. Na luta livre foram três medalhas latinas neste domingo: bronzes para colombiana Tatiana Rentería e a cubana Milaimy Marín na categoria 76 kg, e o bronze nos 65 quilos para o porto-riquenho Sebastián Rivera.
Diversas estrelas fizeram história em 19 dias de competições.
O lutador cubano Mijaín López conquistou seu quinto ouro consecutivo na mesma modalidade, um feito inédito, e a nadadora americana Katie Ledecky conquistou duas medalhas de ouro (800 metros e 1.500), e agora, com nove, é a mulher mais premiada em Jogos Olímpicos, junto com a ginasta soviética Larissa Latynina.
O nadador francês Léon Marchand fez a torcida local delirar com suas quatro medalhas de ouro; a ginasta Simone Biles recuperou sua saúde mental que a afastou em Tóquio e também seu trono em Paris com três ouros, incluindo a competição individual.
Na pista de atletismo, o sueco Armand Duplantis quebrou novamente o recorde mundial do salto com vara com um voo de 6,25 metros.
- Sucesso de público -
As competições em Paris tiveram um cenário luxuoso: a Torre Eiffel em frente à quadra de vôlei de praia, o Palácio de Versalhes nas provas equestres, o obelisco da Place de la Concorde acompanhando o BMX, sem esquecer as ondas do Taiti, onde o surfista Gabriel Medina protagonizou uma das imagens mais icônicas destes Jogos, levitando sobre as águas, com o braço erguido.
O Sena foi outro dos grandes protagonistas.
Apesar dos 1,4 bilhão de euros (8,42 bilhões de reais na cotação atual) gastos na limpeza do rio, a organização foi forçada a cancelar vários treinos e adiar por um dia o triatlo masculino, embora todas as competições planejadas, incluindo a natação em águas abertas, tenham sido realizadas.
Durante três semanas, os Jogos transformaram Paris em uma cidade amigável, repleta de delegações, voluntários - 45 mil - e espectadores de todo o mundo, sem o temido caos nos transportes.
Tudo sob a vigilância de um enorme dispositivo de segurança, que incluía patrulhas mistas da polícia francesa com agentes estrangeiros.
O evento também foi um sucesso de público, apesar dos preços elevados: foram vendidos mais de 9,5 milhões de ingressos, bem acima do recorde anterior de Atlanta-1996, quando foram vendidos 8,3 milhões.
(Y.Rousseau--LPdF)